quarta-feira, 10 de julho de 2013

Airedale Terrier

Conhecido como o “rei dos terriers”, o Airedale é o mais alto entre eles. Como muitos terriers, ele tem o antigo terrier inglês, ou o preto e castanho, como um de seus primeiros progenitores. Estes cães de porte médio eram muito usados por caçadores de Yorkshire na caça esportiva de uma variedade de animais: desde ratos de água até raposas. Por volta de 1800, alguns desses terriers da região do Rio Aire, em South Yorkshire, foram cruzados com Otterhounds para aprimorar suas habilidades de caça perto da água e também seu faro. O resultado foi um cão perito na caça de lontras. No começo foi chamado de Bingley ou Waterside terrier, e depois reconhecido como Airedale Terrier em 1878. Ao entrar no mundo dos cães de exposição, a cadela foi cruzada com terriers irlandeses gerando os Bull terriers. A ideia era “limpar” a raça de resquícios dos Otterhound, que agora não eram considerados muito bonitos. Em 1900, o patriarca da raça, Champion Master Briar, foi ganhando notoriedade, e sua descendência levou essa influência para a América. O tamanho e a coragem do Airedale Terrier continuaram a promover sua fama de caçador, inclusive de animais grandes. Graças a sua inteligência ele também conquistou seu lugar como cão policial e cão doméstico, duas funções que o agradam até hoje. Depois da Primeira Guerra Mundial a sua popularidade caiu e hoje em dia ele é maior em reputação do que em quantidade.

Schnauzer Gigante

O Schnauzer Gigante é o Schnauzer mais alto dos 3 tipos de Schnauzer (Miniatura, Standard e Gigante). Esta interresante raça já foi conhecida também como Schnauzer de Munich, devido ao seu local de origem, a região da Bavária (sul da Alemanha, próximo a Suiça). A palavra alemã schnauzer que dizer focinho, e não é atoa que esses cães tem um focinho bastante pitoresco, com uma barba longa, e que adoram varejar qualquer coisa pelo caminho!

Não se conheçe muito bem sua história, mas acredita-se que o SG surgiu do cruzamento do Schnauzer Standard com outras raças locais (principalmente com cães condutores de pêlo liso e cães pastores de pêlo duro) e tenha sido influenciada também pelo Dogue Alemão e o Bouvier des Flanders.
Antigamente o Schnauzer Gigante era muito valorizado por ser utilizado como pastor e condutor de gado e de ovelhas. Eles eram criados somente para o trabalho nas pequenas vilas e fazendas. Com a evolução dos tempos, ele acabou perdendo essa função e tornou-se conhecido por ser um excelente cão de guarda. Ele inclusive já trabalhou nas duas Guerras Mundiais como cão policial. Quando a industrializaçãochegou eles saíram das fazendas e passaram a viver nas cidades alemães trabalhando como cães de guarda em abatedouros e cervejarias. Foi esta `nova` função que provalmente preservou a raça nas grandes cidades, aonde hoje é possível encontrar esse Gigante apenas como um pet.

Este instinto natural de proteção levou o Schnauzer Gigante a competir no Schutzhund contra Pastores Alemães e Malinois e outras raças. Eles também são excelentes em competições de obediência, agility e tracking.
Tamanho:
entre 60-70 cm pesando 35 - 45 kg.
O comprimento da cabeça é metade do comprimento do corpo.

Flat-Coated Retriever

O Retriever de pêlo liso pertence à família dos Retrievers, dentro da qual existem mais cinco variedades: o Labrador Retriever, Golden Retriever, Toller Retriever, o Retriever de pêlo encaracolado (ou Curly-Coated Retriever) e o Chesapeake Bay Retriever. Inicialmente, estes cães foram criados e treinados para auxiliar o homem na caça de aves selvagens, cabendo-lhes a tarefa de trazer as aves abatidas ao seu dono. Alguns autores consideram que a sua história é confusa precisamente porque esta actividade - também designada por retriever - foi desenvolvida por outros cães que adquiriram erradamente o mesmo nome.

Crê-se, no entanto, que a raça foi desenvolvida na Inglaterra, por volta do século XIX, e que na sua evolução foram cruzados o Labrador Retriever, o Newfoundland e alguns Spaniels. Inicialmente, surgiu assim o Retriever de pêlo ondulado que é o antecessor do Retriever de pêlo liso. No final do século XIX, o Retriever de pêlo ondulado foi cruzado com uma Collie, o que permitiu que fosse obtida uma nova variedade de Retriever, com uma pelagem mais atraente. O sucesso deste feito, fez com o Retriever de pêlo liso se tornasse no cão mais popular da Grã-Bretanha, posição que manteve até depois da II Guerra Mundial. Tal foi permitido pelo envolvimento de vários criadores e cinófilos que apostaram no melhoramento dos padrões desta estirpe, tais como S.E.Shirley (fundadora do Kennel Club) e H.R.Cooke, considerado, aliás, o patrono da raça. Este último apostou na sua criação durante mais de 60 anos, em Riverside.

Em 1911, foi estabelecido o preto como a cor mais desejável da pelagem desta raça. No entanto, os cruzamentos efectuados com os Collies, originaram crias com marcas brancas  Em 1915, o Retriever de pêlo liso foi reconhecido pelo Kennel Clube Americano, mas foi precisamente nesta altura que a sua popularidade de começou a decair, em detrimento do Labrador e Golden Retriever, que passaram a ser cobiçados um pouco por todo o lado. Em 1959, o Retriever de pêlo ondulado e o Retriever de pêlo encaracolado participaram pela primeira vez numa exposição de canídeos, na Grã-Bretanha mas, só no ano seguinte, é que ambas as raças são consideradas distintas. Após a II Guerra Mundial, um admirador e criador da raça, Stanley O’Neill, empenhou-se na sua recuperação que lentamente foi contando com mais registos no Kennel Club americano.  

Puli

Dotado de uma longa história, que remonta há mais de mil anos, esta energética e expressiva raça de cães pastores esteve desde sempre associada ao contributo que prestou no pastoreio das ovelhas, nas margens das planícies húngaras. 

Levada pelos Magiares para a Hungria, a descendência do Puli (ou Boiadeiro) é na verdade desconhecida, apontando-se por vezes como referência o antigo Terrier Tibetano, pela sua semelhança física. Por volta do séc. XVII e XVIII, a Hungria foi repovoada por imigrantes do oeste europeu que levaram consigo os seus cães alemães e franceses. O cruzamento destes últimos com o Puli Húngaro, originou o aparecimento de novas espécies: o Pumi e o Mudi - que depressa se vulgarizaram, chegando mesmo a colocar em risco a própria existência do seu antecessor.

Esforços desenvolvidos no séc. XX, permitiram a recuperação e o controlo do Puli Húngaro,  que surgiu em público em 1923, na Exposição de Cães de Budapeste, o que lhe valeu, no ano seguinte, o reconhecimento pela FCI (Federation Cynologique Internationale). Em 1959, são estabelecidos os parâmetros desta classe de cães pelo Clube de Puli Húngaro, provocando um claro crescimento desta raça. Actualmente, a sua criação generalizou-se na Austrália, Grã-Bretanha, Bélgica e Alemanha, sendo já um popular participante nas exposições caninas.

Chesapeake Bay Retriever

Não existe uma história oficial sobre a origem desta raça que, ao invés, está povoada de hipóteses e lendas, cuja veracidade não está confirmada.

Segundo a lenda mais famosa, a história deste Retriever inicia-se no Inverno de 1807, quando um navio inglês naufragou perto da costa de Maryland, nos EUA. A tripulação, bem como dois cães da raça Newfoundland, foram salvos das águas geladas pelo Canton, um navio americano. Estes cães (o Salior e a Canton, em homenagem ao salvamento) foram oferecidos a famílias que cuidaram dos náufragos, na localidade de Chesapeak Bay. Conta-se que a sua predisposição para ir para a água era de tal forma evidente, que estes cães acabaram por ser treinados como retrievers de patos. A partir daqui, a lenda pouco mais nos revela. 

Provavelmente, estes cães acasalaram com várias espécies na área daquela localidade (Retrievers de pêlo encaracolado e liso, Otterhound ou Water Spaniel Irlandês) e deram origem ao Chessie, ou Chesapeak Bay Retriever.

Independentemente da sua origem, a verdade é que o Chesapeak Bay Retriever despertou o interesse de clubes de caça e outros entendidos que o cobiçavam para cão de desporto. Talvez por isso, esta foi a primeira raça Retriever a ser reconhecida pelo Kennel Club americano, em 1878. Em 1918, foi fundado o American Chesapeake Club que tem vindo a coordenar diversas actividades e a regular a criação da raça, que hoje está presente em todas as competições do Kennel Club americano. Em 1964, este foi declarado o cão oficial do Estado de Maryland e é a mascote oficial da Universidade Maryland Baltimore County <http://www.mdarchives.state.md.us/msa/mdmanual/25univ/umbc/html/umbc.html>.

Actualmente, este é um cão deveras versátil, sendo utilizado não só na caça, schutzhund, guarda, como também em operações de salvamento. 

Yorkshire Terrier

A área de Yorkshire, na Inglaterra, é conhecida por produzir bons animais, e acredita-se que o Yorkshire não foi um “acidente”, mas o resultado de cruzamentos propositais entre uma variedade de terriers, provavelmente incluindo o Airedale Terrier, o Clydesdale Terrier, Paisley Terrier, English Black de pelo duro e o Tan Terrier. Talvez também o Skye Terrier, Dandie Dinmont Terrier e Maltês.
Os Yorkies eram vistos nos colos de madames afortunadas da Inglaterra. EM 1880, os Yorkshires chegaram à América, mas a raça tinha tamanhos tão variados que começou a gerar uma confusão em relação ao tamanho correto de um Yorkshire Terrier. Esses Yorkies de antigamente pesavam de 5,5kg a 6,3kg. Em 1900, foi decidido tanto na Europa quanto na América, que o menor tamanho era preferencial, e começaram a se esforçar para criar Yorkies cada vez menores, com o pelo cada vez mais longo.

Cardigan Welsh Corgi

Reconhecida pelo Kenel Clube inglês em 1934, o Welsh Corgi Cardigan é uma das raças inglesas mais antigas. Sua origem, como a de tantas outras raças é incerta. Os primeiros exemplares da raça foram levados pelos celtas a Inglaterra há cerca de 3 mil anos atrás. Supõe-se que a raça tenha se originado pelo mesmo antepassado que deu origem aos bassets alemães.

Nem tímido e nem agressivo, o Welsh Corgi Cardigan é um cão ativo, alerta, inteligente, confiável, com expressão que se assemelha a de uma raposa. Os olhos tem tamanho médio, claros, de expressão amável, porém vigilante.
O Welsh Corgi Cardigan apresenta stop moderado, e orelhas eretas, ligeiramente arredondadas na ponta. A mordedura da raça é em forma de tesoura.

O Welsh Corgi Cardigan possui uma linda cauda em forma de cauda de raposa, inserida em linha com o corpo e moderadamente comprida. Sua pelagem é de tamanho curto ou médio, dura, com bom sub pelo.

A altura ideal para a os exemplares adultos da raça Welsh Corgi Cardigan é de 30 cm, medidos sempre a altura da cernelha. O peso fica entre 9 e 11 kg para as fêmeas e entre 10 e 12 kg para os machos.

Viszla

Existem várias teorias acerca do passado desta cão de tiro, conhecido na sua terra natal por Drotszoru Magyar. A primeira defende que o Vizsla de Pêlo Curto pertence a uma linhagem antiga de cães que viviam com os magiares, por volta do século VIII, muito antes da fundação do Reino Húngaro. Quando os magiares migraram para outros países, estes cães acompanharam-nos e foram cruzados com outros cães locais. A segunda teoria, menos popular, defende que este cão é o resultado do cruzamento de cães de apontar da Transilvânia e do Weimaraner. 

No final da II Guerra Mundial, o número de exemplares desta estirpe era muito parco e, só na década de 50 é que se reiniciam os registos. Na década de 70, a raça foi importada pelo Reino Unido e posteriormente reconhecida pelo Kennel Club britânico. A Federation Cynologique Internationale, também certificou esta raça. Ainda hoje, são considerados cães de tiro versáteis, resistentes a temperaturas baixas e aptos a trabalhar no campo, floresta ou na água.

Irish Water Spaniel

O Water Spaniel Irlandês pertence a uma linhagem ancestral, conforme comprovam os documentos encontrados em 17 d.C. Todavia, não se sabe a data precisa do seu aparecimento. Existem várias hipóteses para a sua descendência: alguns autores apontam o Retriever de pêlo encaracolado e o Poodle como possíveis antecessores, enquanto que outros destacam o Hound Afegão pela sua semelhança física. Outros ainda há ainda que o julgam próximo do Cão de Água Português.

O séc. XIX foi, sem dúvida, aquele que preservou mais informação acerca do passado deste cão. Sabe-se que até 1859 esta raça desenvolveu-se no Norte e no Sul da Irlanda de forma aparentemente distinta, pelo que existiam duas designações: o South Country Water Spaniel e o North Country Water Spaniel. Foi provavelmente o primeiro tipo que mais contribui para o cão que conhecemos hoje. Em 1859, Justin McCarthy decidiu apurar as características desta espécie e diz-se que foi o seu cão Boatswain (1834-1852) que inaugurou a criação moderna do Water Spaniel Irlandês.

Em 1862, o Water Spaniel Irlandês participou pela primeira vez numa exposição em Birmingham e, em 1877, entrou na primeira exposição do Westminster Club americano, onde foram registadas quatro entradas desta estirpe. As últimas décadas deste século foram, de facto, bastante positivas para esta raça, que começou a ganhar popularidade no meio desportivo, nomeadamente na Inglaterra e nos EUA. Aliás, ainda hoje este é um cão extremamente eficiente como retriever de patos, já que não só é ágil e rápido, como a sua pelagem fá-lo aguentar as baixas temperaturas.

O primeiro clube desta raça, o Irish Water Spaniel Club, foi fundado em 1890, mas só depois das duas Grande Guerras é que a sua história regista algum avanço. Na verdade, chegou a ser exportado para França, EUA e Canadá, mas hoje é ainda um cão pouco popular. 

Spitz Alemão



O menor membro da família spitz, o Lulu da Pomerânia (ou Spitz Alemão Anão) possui entre seus antepassados os resistentes puxadores de trenó. Não se sabe exatamente quando ele começou a ser gerado em tamanho pequeno. O local também é incerto, embora a Alemanha, mais especificamente a Lulu da Pomerânia, seja o lugar mais provável. O seu ancestral mais provável é o spitz alemão. Só quando chegou à Inglaterra a raça foi chamada de Lulu da Pomerânia, mas esses primeiros cães não eram como os “Poms” de hoje. Eles chegavam a pesar 13 kg e eram geralmente brancos. Na verdade, o spitz japonês se parece muito com esses primeiros pomeranos e provavelmente descende deles. Embora o Lulu da Pomerânia tenha sido reconhecido pelo English Kennel Club em 1870, sua popularidade só cresceu depois que a Rainha Vitória trouxe um Lulu da Pomerânia da Itália. Os pomeranos da Rainha eram cães grandes e cinzas, e já nessa época os criadores preferiam espécimes menores e mais coloridos. Em 1900, os Poms foram reconhecidos pelo AKC, e os cães apareciam em uma variedade de cores, tanto na Inglaterra como na América. O Lulu da Pomerânia continuou a diminuir de tamanho. Ao mesmo tempo, a ênfase no pelo levou a sua insuperável aparência de “bolinha fofa”. Esse cão de trenó em miniatura sempre atrai admiradores e ele é tão popular em exposições quanto como cão de estimação.

Bernese Mountain Dog

O mais conhecido dos Sennenhund ou, “Cães de Montanha Suíços”, o Bernese se destaca por ser o único a ter um pelo longo e sedoso. A origem da raça é apenas especulativa. Alguns especialistas acreditam que sua história vem da época da invasão romana na Suíça, quando os mastiffs cruzaram com os cães guardadores de rebanho nativos. O cruzamento produziu um cão forte capaz de resistir ao clima dos Alpes e servir como cão de tração, guardador de rebanho, e cão pastor. Apesar da utilidade desses cães, poucas tentativas foram feitas para perpetuar a raça. No final dos de 1800, a raça estava em risco de extinção. Nessa época, o professor Albert Heim iniciou uma pesquisa sobre cães suíços que levaram a identificação do Boiadeiro Bernês (Bernese Mountain Dog) como um dos espécimes. Esses cães foram encontrados apenas nos vales dos baixos Alpes. Com os esforços de Heim, eles foram divulgados na Suíça e na Europa. Os melhores espécimes foram encontrados na área de Durrbach, dando a raça o nome de Durrbachler. Com o crescimento da raça, o nome foi mudado para Bernese Mountain Dog. O primeiro Bernese chegou à América em 1926; o reconhecimento oficial do AKC aconteceu em 1937.

Pastor Belga Malinois

O Malinois é considerada a mais antiga das quatro variedades que constituem a família dos Cães Pastores Belga. Estas variedades diferenciam-se entre si essencialmente pela pelagem: o Groenendael  possui pêlo comprido e de cor preta; o Laekenois possui pêlo de arame; o Malinois, pêlo macio e o Tervueren, pêlo comprido com vários tons.

No entanto, tal definição só foi estabelecida no final do séc.XIX, uma vez que, até então, não existia um conhecimento organizado das diferentes raças de cães pastores. Tal tarefa foi desenvolvida por alguns cinófilos que decidiram apurar as características e qualidades necessárias que estes cães deveriam ter para o auxiliarem o homem no pastoreio. Com a ajuda de Adolf Reul, director da Escola de Medicina Veterinária de Cureghem, identificaram-se três variedades distintas: pêlo comprido, pêlo curto e pêlo de arame.

O Malinois foi o primeiro cão pastor a ser reconhecido e a dispor de um programa de criação mais sistemático, cabendo-lhe a tarefa de proteger e arrebanhar as ovelhas. Em 1891, foi fundado o Clube do Cão Pastor Belga que estabeleceu, em 1899, o primeiro standard da raça. No dealbar do século XX, foram registados os primeiros cães no livro da Société Royale de Saint-Hubert, e a “Charlot”, nascida em 1891, foi uma das primeiras Malinois a beneficiar com este registo.

Dotados com um forte carácter e notável capacidade de trabalho, estes cães de pêlo macio depressa conquistaram o interesse de muitos criadores belgas que o consideravam o cão pastor preferido da Bélgica.

Em 1911, foram registados nos EUA os primeiros Malinois (Belgian Blackie e o Belgian Mouche) mas até 1959, estavam inseridos na Miscellaneous Class do Kennel Clube Americano. 
Na década de 60, a crescente importação desta raça e o consequente registo fez com que, em 1965, os Malinois passassem a pertencer ao Working Group daquele prestigiado clube e, com isso, participassem em competições. Nos anos 70, a importação destes cães foi ainda mais intensa e a sua popularidade aumentou consideravelmente no território americano. Hoje o Malinois pertence ao Herding Group daquele clube.

Actualmente, apesar de serem reconhecidas as quatro variedades, não existe, ainda assim, uma classificação unânime: o Kennel Council nacional australiano e o Kennel Clube neozelandês consideram que elas são quatro raças distintas; por seu turno, o Kennel Clube canadiano, o Kennel Union da África do Sul e a Federation Cynologique Internationale reconhecem as quatros variedades dentro da mesma raça.
O Kennel Club Americano possui ainda um standard ligeiramente diferente para o Malinois daquele que existe na Europa. 

Weimaraner

A Alemanha sempre foi um país rico em vida selvagem, e as raças de cães alemães ganharam a reputação de estarem entre as melhores do mundo. O Weimaraner foi produzido no século 19 durante um esforço para criar um cão de caça ideal que servisse para caças de todos os tamanhos, incluindo veados e ursos. O trabalho teve apoio da corte de Weimar, e a raça foi chamada no começo de Pointer Weimar. Alguns dos ancestrais da raça incluem Bloodhound, Schweisshund vermelho e antigas raças pointers. A origem da sua cor cinza característica é desconhecida, mas sempre foi uma marca desde o começo da raça. A evolução da raça foi acompanhada de perto pelo German Weimaraner Club. Os cães só podiam ser vendidos aos membros e era difícil fazer parte do clube. Cães de produções não aprovadas não podiam ser registrados, e alguns espécimes frágeis tiveram de ser destruídos. O Weimaraner só deixou sua terra natal quando um americano conseguiu entrar para o clube e obteve permissão para levar dois cães para a América, em 1929. Os primeiros Weimaraners americanos tiveram um desempenho tão extraordinário em competições de obediência que despertaram interesse. Na medida em que a raça ganhava mais entusiastas, foi descoberto também seu valor como companheiro de caça. O reconhecimento pelo AKC veio em 1943. A beleza da raça e sua versatilidade como cão de caça pessoal, estimação e competição, garantiram seu futuro.

Cocker Spaniel Americano

A versão americana do Cocker Spaniel é derivada do Cocker Spaniel Inglês. No final dos anos de 1800, muitos Cockers Ingleses foram levados para a América, mas os caçadores americanos preferiam um cão um pouquinho menor para caçar codornas e outras aves de caça de pequeno porte. Como, exatamente, esse Cocker menor foi criado, ainda não está claro; alguns dizem que Obo II, nascido em 1880, foi o primeiro Cocker Americano verdadeiro. Mas existem outras evidências que indicam um cruzamento do Cocker Inglês com o ainda menor Toy Spaniel (que também surgiu do mesmo ancestral). No começo, os Cockers Americano e Inglês eram considerados variações da mesma raça, mas eles foram separados oficialmente pelo AKC (American Kennel Club) em 1935. Embora os Cockers já fossem conhecidos, o Cocker Americano cresceu em popularidade após essa separação e continuou sendo uma das raças mais populares de todos os tempos na América. Na verdade, ele foi a raça mais popular por muitos anos. Tão popular que ele acabou sendo dividido em três variedades de cores: preto, particolor e ASCOB (Any Solid Color Other than Black), nome dado às cores sólidas exceto o preto. Só recentemente sua popularidade chegou até a Inglaterra, onde ele foi reconhecido pelo Kennel Club Inglês em 1968, e passou a ganhar cada vez mais admiradores.

Brittany

Ou Brittany Spaniel (como muitos ainda o chamam) , como o Cocker Spaniel, tem um corpo de tamanho médio e completamente firme, é extremamente rápido e forte, como também é resistente. 

A sua cauda pode ter dez centimetros, ou simplesmente cortar a cauda por completo. Ele é muito bom para se levar à caça pequena, já que tem um faro extremamente apurado, e aponta para a presa em vez de atacar imediatamente, se for treinado (o que não acontece com a maior parte dos cães de caça pequena). Não se dá mal com ninguem em casa (nem com crianças, nem com outros animais), mas é doido por pássaros. Não é muito apropriado de se ter em pequenos apartamentos. 

Curiosidade: Já passou mais de duas décadas desde que o Brittany perdeu o titulo “Spaniel” do seu nome, mas há muita gente que ainda o chama assim.

Cocker Spaniel Ingles

A família Spaniel reúne um dos maiores grupos de cães e um dos mais especializados. O Cocker Spaniel Inglês é um dos Spaniels de Terra. Os Spaniels de Terra reúnem um grande número de spaniels que melhores para espantar a caça, e spaniels menores que eram bons para caçar galinholas. Esses diferentes tamanhos apareciam na mesma ninhada e eram essencialmente duas variações da mesma raça. Só em 1892 os dois tamanhos foram considerados raças distintas, com o de tamanho menor (até 11 Kg) chamado de Cocker spaniel. Na verdade, por terem compartilhado dos mesmos genes, as duas raças ainda compartilham alguns talentos de caça. Em 1901, foi abolido o limite de peso. Os Cocker Spaniels foram extremamente populares na Inglaterra, mas os criadores americanos se dedicaram a alterar a raça de uma forma que não agradou os fãs do tradicional Cocker Spaniel Inglês. Os Cockers inglês e o americano eram apresentados juntos até 1936, quando foi formado o English Cocker Spaniel Club of America, e o Cocker Inglês foi classificado como uma variedade separada. O English Cocker Spaniel Club desaconselhava o cruzamento entre o Cocker inglês e o americano, e em 1946 o Cocker Inglês foi considerado uma raça separada. Após a divisão das raças, o Cocker americano ofuscou o inglês em popularidade, mas apenas na América. No resto do mundo, o Cocker inglês é de longe o mais popular dos dois e é chamado simplesmente de “Cocker Spaniel”.

Pointer Alemão de Pêlo Curto

Braco Alemão de Pelo Curto ou Pointer Alemão, foi desenvolvido na Alemanha desde o século XVII por criadores que buscavam um cão que pudesse ser usado em diversos tipos de caçadas, tanto a animais de penas como de pêlo, fosse hábil apontador e, principalmente, rápido. É conhecido também como Kurzhaar e tem sua origem ligada aos pointers espanhóis, ao Foxhound – de quem herdou a velocidade – e ao Bloodhound, cuja herança foi o faro invejável. Segundo outras fontes, o Pointer Alemão foi o desenvolvido a partir de cruzamentos do Braco Italiano e de cães caçadores espanhóis.
De aparência elegante, tamanho menor, mais rústico e resistente do que o Pointer Inglês, este versátil caçador foi levado para os EUA apenas na década de 1920, e logo tornou-se muito popular sendo apreciado pelos caçadores por sua versatilidade e energia.
Extremamente hábil na caça de patos, gansos e faisões, pode ser usado também na caça a animais de pelo e atua bem tanto na terra quanto na água. É um cão que foi desenvolvido para caçar perto do dono de quem espera os sinais para "levantar" a caça e trazê-la intacta. No Brasil, em função das restrições à caça é pouco conhecido, mas, os poucos criadores são apaixonados pela raça

Keeshond

O nome Keeshond foi atribuído a esta raça, porque por volta do século XVIII, o líder dos rebeldes holandeses, de nome Cornelius (kees) de Gyselaer, se fazia acompanhar por um cão desta raça. Quando a Casa de Orange subiu ao poder, a raça caiu em desgraça por estar ligada aos rebeldes, o que a levou à quase extinção.

Collie

A origem do Collie é tão misteriosa quanto à origem de seu nome. Uma teoria é que a raça teria a mesma raiz do Border Collie. Sobre a origem do nome, uma teoria é de que veio de uma palavra gaélica que quer dizer “útil”, o que descrevia o valor desses cães nas fazendas e rebanhos para os Celtas, primeiros habitantes das Ilhas Britânicas. Embora a proteção e o pastoreio de ovelhas seja uma das funções caninas mais antigas, só há evidências doCollie a partir de 1800. Tanto o Collie áspero como o Collie liso existiam nessa época, mas são derivados de cruzamentos diferentes. O tipo áspero era menor e com a cabeça mais larga, e normalmente sua cor era preta ou branca e preta. Na medida em que aumentou o interesse dos criadores pela raça, os dois tipos foram ficando maiores e mais refinados. O Collie do tipo áspero foi influenciado por um cachorro chamado “Old Cockie”, nascido em 1867 e considerado o responsável não apenas por estabelecer esse tipo, mas também por ter acrescentado a cor castanho clara. Nessa época, a Rainha Vitória se encantou pela raça. Com seu apoio, a popularidade do Collie cresceu não apenas entre os criadores de ovelhas, mas também entre membros da classe alta, que se apaixonaram por sua beleza. Em 1886 foi estabelecido um padrão que descreve a raça até os dias de hoje. Na mesma época, como os cães pastores de ovelhas tinham ficado importantes na América, os colonos levaram Collies com eles para o Novo Mundo. Em 1878, a Rainha Vitória colocou a raça novamente sob os holofotes apresentando dois collies na Exibição de Cães de Westminster. Isso despertou o desejo na elite americana de juntar ao clã Collie, e logo oCollie estava presente nos círculos de maior prestígio da América. Mais tarde, o Collieencontrou um novo defensor, o escritor Albert Payson Terhune, cujas histórias sobre osCollies espalharam sua fama por todas as camadas sociais. O mais famoso Collie de todos os tempos, a estrela de TV Lassie, ajudou a transforma o Collie áspero na raça mais querida de todos os tempos na América. O Collie liso nunca teve a mesma popularidade
 

Pastor Belga Tervuren

O Tervueren é uma das quatro variedades dos Cães Pastores Belgas, caracterizada pela sua pelagem comprida e colorida com diferentes tons (vermelho, gamo, cinzento), ao contrário do Groenendael, muito parecido fisicamente, mas com a pelagem totalmente preta. 

A sua descendência é, em parte, atribuída a este último. Conta-se que na vila de Tervueren um senhor chamado Corbeel cruzou dois cães pastores (o Tom e a Poes) de pelagem vermelha. Deste cruzamento, nasce a Miss Tervueren, consanguínea do Duc de Groenendael.

No entanto, a definição das quatro variedades só foi obtida no final do séc.XIX, pois até então, a Bélgica não dispunha de um padrão classificativo das raças de cães pastor existentes. Foi através da ajuda de Adolf Reul, director da Escola de Medicina Veterinária de Cureghem, que se começou a criar o directório deste tipo de raças e a identificar quais as características e qualidades fundamentais de cada uma.

Em 1891, foi fundado o Clube do Cão Pastor Belga e, passados oito anos, este clube definiu o primeiro standard, no qual constava que os cães de pêlo longo deveriam ser pretos, o que prejudicou a evolução dos Tervueren.

Na viragem do século, foram registados os primeiros cães pastores no livro da Société Royale de Saint-Hubert, altura em que alguns admiradores dos Tervueren criaram o Berger Belge Club, uma entidade que se opunha à uniformização da cor preta nos cães pastor belgas.

Com o despontar da I Guerra Mundial, o perigo de extinção ameaçou severamente esta raça, que ficou reduzida a pouco mais que duas dezenas de exemplares. Para inverter esta situação, a Société Royale St. Hubert reconheceu a coloração dos Tervueren, apesar de ainda hoje não terem a mesma fama que os Groenendael.

Actualmente são reconhecidas quatro variedades dentro daquela estirpe: o Groenendael (de pêlo comprido e preto homogéneo) o Laekenois (de pêlo de arame); o Malinois (pêlo macio) e o Tervueren (de pêlo comprido com vários tons). Todos eles possuem os nomes das localidades de que são originários. No entanto, não existe uma classificação unânime: o Kennel Council nacional australiano e o Kennel Clube neozelandês consideram que as quatro variedades constituem quatro raças distintas; por seu turno, o Kennel Clube canadiano, o Kennel Union da África do Sul e a Federation Cynologique Internationale reconhecem as quatros variedades dentro da mesma raça. 

Springer Spaniel Inglês

O Springer Spaniel Inglês é a raça mais antiga da família dos spaniels, designação comum a diversas raças que foram sendo desenvolvidas em Espanha. Apesar de existirem algumas controvérsias em torno da sua origem, parece aceitar-se como facto ser a Inglaterra a origem da raça, mas segundo alguns estudos, os Spaniels teriam surgido primeiro em Espanha e teriam sido trazidos para a Inglaterra pelos romanos. Em Espanha eram usados para caçar junto com falcões, tornando-se admirado por toda a nobreza europeia. 

Foi inicialmente desenvolvida para a caça do falcão (cetraria), um desporto muito popular entre a nobreza da Idade Média. Ao cão cabia a tarefa de, através do seu faro excepcional, localizar a presa e “levantar” a caça (to spring em inglês) e seguidamente recolher a ave abatida. 

A sua grande habilidade na caça, fez com que ficasse muito popular por toda a Inglaterra, sendo também utilizado como cão de companhia. O caminho para o seu reconhecimento oficial é longo. A dada altura eram designados de Norfolk Spaniel, e o nome Springer Spaniel tornou-se oficial em 1900. As características modernas da raça são creditadas ao Sir Thomas Boughey, cuja família foi quem lançou a primeira relação de padreadores da raça, em 1812. 

O primeiro clube da raça, na Inglaterra, foi fundado nos idos de 1880, e a raça, Springer Spaniel Inglês, foi reconhecida pelo Kennel Club em 1902. Parece ser o pai dos spaniels posteriores, já que foi a partir da selecção dos filhotes quanto ao tamanho e facilidade de caçar em terra ou na água, que as demais raças foram sendo “definidas”. Entre as mais conhecidas que surgiram desta raça, conta-se por exemplo o Cocker Spaniel e o Clumber spaniel. Então, já na Inglaterra os Spaniels foram divididos em dois tipos de cães de caça - os cães de terra e os de água -, e em várias raças. Os cães que caçavam na terra começaram a ser separados e classificados como raças distintas pelo tamanho dos filhotes. 

Sendo assim, os menores passaram a ser conhecidos como cockers; os de tamanho médio formaram a raça Field Spaniel; os maiores e que caçavam espantando, brincando e saltando (spring em inglês) sobre as presas, para que elas pudessem ser abatidas pelos caçadores, passaram a ser chamados springers e os maiores acabaram sendo desenvolvidos para se tornar nos setters. Quando os clubes da raça passaram a julgar os cães pelas suas habilidades em caçar e também pela sua beleza, dois tipos distintos de cães passaram a ser formados. Os cães para exposições são mais pesados, fortes, e atarracados, além de possuírem um pêlo mais longo e denso. Hoje em dia os dois tipos de Springer Spaniel não são mais cruzados entre si, e poucos Springers são para caçar e ao mesmo tempo para shows. A última vez que um mesmo cão foi campeão nas duas modalidades, foi em 1938. 

De qualquer forma, o Springer Spaniel é um sucesso nas duas modalidades. No campo ele é incansável, resistente, determinado e devotado às alegrias de uma boa caçada. Já nas pistas poucas outras raças têm uma aparência tão majestosa e altiva. 
Com a introdução das armas de fogo nas caçadas, o Springer foi perdendo espaço para raças como Pointers e Setters, mais eficientes nesta modalidade. Até como cão de companhia perdeu o seu lugar a favor do Cocker Spaniel, já que conservam as características morfológicas do “pai” mas são mais pequenos, pudendo acompanhar as famílias que se mudavam para apartamentos e casas cada vez mais pequenas.

Schnauzer Miniatura

O menor e mais popular dos schnauzers, o Schnauzer Miniatura foi desenvolvido no final do século de 1800 para ser um pequeno cão de fazendas e caçador de ratos na Alemanha. Na verdade, o Schnauzer Miniatura é o único terrier que não se originou nas Ilhas Britânicas. Ele deriva do cruzamento do Schnauzer Standard com o Affenpinscher (e possivelmente o poodle). Todos os schnauzers ganharam esse nome por causa de um cachorro chamado Schnauzer, que foi exibido em 1879. Um nome apropriado, já que schnauzer quer dizer “barba curta”. O Schnauzer Miniatura foi apresentado como uma raça separada do Schnauzer Standard em 1899 na Alemanha, embora apenas em 1933 o AKC tenha dividido o standard e o miniatura em raças separadas. O miniatura é o único schnauzer a permanecer no grupo terrier na América. Na Inglaterra ele compartilha o grupo dos utilitários com outros schnauzers. O Schnauzer Miniatura chegou à América bem depois dos seus colegas standard e gigante, mas nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial ele os ultrapassou em popularidade e acabou se tornando a terceira raça mais popular da América, por um tempo. Ele continua a ser um eterno favorito, um cão de estimação com jeito inteligente e sempre alerta e um cão de exposição muito competitivo.
 

Welsh Corgi (Pembroke)

Oriundo do Condado de Pembrokeshire, no País de Gales, o welsh corgi pembroke é originalmente um cão de pastoreio.
Dotados de personalidade agradável e encantadora, com o passar do tempo, os pembrokes se mostraram excelentes cães de companhia. São robustos, ativos e obedientes, ótimos para famílias com crianças.
Adoram a companhia de humanos e são muito inteligentes, ocupando a 11ª colocação do ranking "The Intelligence of Dogs", do autor Stanley Coren. Por esse motivo, costumam responder bem a treinamentos e se destacar em competições de agility e pastoreio.
A raça se adapta bem a uma variedade de estilos de vida. Assim, pode ser mantido em apartamento, desde que lhe seja providenciada uma rotina de exercícios regulares, necessária, inclusive, para mantê-los em forma.

Australian Cattle Dog

Nos primeiros anos de 1800, grandes áreas de terra na Austrália ficaram disponíveis para criação de gado bovino. O gado criado nessas terras tinha se tornado tão selvagem e rebelde que as raças européias tradicionais que tinham sido úteis na domesticação de gado, não servia mais para esse trabalho. Era necessário um cão que suportasse percorrer longas distâncias por um terreno difícil sob o calor e controlasse o gado sem latir (o que só servia para deixar o gado ainda mais selvagem). Em 1840, um homem chamado Hall cruzou alguns Blue Smooth Highland Collies com os Dingos produzindo uma linhagem conhecida como Heelers. Um macho especialmente importante foi um cachorro chamado Bentleydog, considerado o responsável pela mancha branca encontrada na cabeça dos Australian Cattle Dogs de hoje. Outros criadores cruzaram seus Heelers com outras raças, incluindo o Bull Terrier, o Dálmata e mais tarde o Kelpie preto-castanho, uma raça de cães de pastoreio de ovelhas. O resultado foi um cão com os instintos de pastoreio do Collie e do Kelpie; a resistência e o estilo tranquilo do Dingo; e o bom senso e o instinto protetor do Dálmata, todo com um estilo de pelo padronizado. Na medida em que os cães se tornaram vitais para a indústria do gado de Queensland, eles ganharam o nome de Queensland Blue Heeler. Mais tarde ficaram conhecidos como Australian Heeler, e finalmente Australian Cattle Dog. Em 1897 foi criado um padrão para a raça com ênfase nos seus traços Dingo. O Australian Cattle Dog demorou para chegar à América, talvez por sua semelhança com as raças pastoras já estabelecidas. Quando teve chance, ele mostrou seu valor e foi muito bem aceito como pastor e como animal de estimação. O AKC reconheceu a raça em 1980, e desde então se tornou um cão de exposição muito capaz, sem perder suas funções principais.

Rottweiler

O Rottweiler pode ser um cão amável e divertido, mas ele é muito poderoso e pode ser sério às vezes. Um treinamento de obediência adequado desde filhote e a socialização são extremamente necessários (para todas as raças, não somente Rottweilers). Essa raça pode ser muito territorial e protetora de sua família e casa. Rottweilers podem ser bem intimidadores e ainda carregam a fama de serem bravos, mas eles são ótimos para famílias e podem ser muito dóceis também.
 
O temperamento de um Rottweiler pode variar. Alguns podem ser muito apegados e dóceis (bobos, mesmo!), enquanto outros podem ser mais irritados. É importante que essa raça seja socializada desde filhote, para que não estranhe animais ou pessoas quando adultos e por ser uma raça muito forte e poderosa, pode causar problemas. Rottweilers são ótimos com crianças se criados em um ambiente com criancas desde cedo, mas devem ser supervisionados quando estão com crianças muito pequenas, pois são muito fortes e grandes. O Rottweiler se dá bem com outros cães, mas podem mostrar sinais de agressividade se não tiverem sido acostumados com a presença de outros cães desde filhote. Ou seja: quando for filhote, seu Rottweiler precisa ser apresentado a todos os estímulos, como crianças, outros animais, outros cães, pessoas de diversas etnias etc. É também uma raça muito protetora tanto para com sua família quanto para com seu território

Papillon

Ele se tornou famoso mundialmente em 1969, ao publicar o livro Papillon, no qual contava a sua fuga espetacular, ocorrida em 1935, da Ilha do Diabo, o sinistro complexo de presídios que a França mantinha na Guiana Francesa. O sucesso foi ainda maior quando a história do prisioneiro Henri Charrière, o Papillon, chegou às telas dos cinemas em 1971 em uma superprodução de Hollywood, com Steve McQueen no papel principal. Mas Charrière, um homem de poucos estudos, era uma gigantesca farsa. O verdadeiro autor de Papillon foi outro fugitivo, René Belbenoît, um intelectual que falava quatro línguas e liderou um grupo de presos (entre eles Charrière), façanha relatada em seu livro A Ilha do Diabo (Dry guillotine no original, Prêmio Pullitzer de 1938). O sucesso do livro na época fez com que a França terminasse por desativar o presídio por onde passaram (e morreram, em boa parte) milhares de prisioneiros. Depois de fugir para a então Guiana Inglesa, René Belbenoît, o verdadeiro Papillon, radicou-se com seus parceiros em Roraima desde 1940, morrendo em 1978, aos 73 anos, e sendo sepultado na Vila Surumú, no n0orte do Estado, hoje parte da Terra Indígena São Marcos.
Esse aparente fim obscuro de Belbenoît concluiu uma trajetória de vida cheia de intrigas, 13 anos de desterro (1922-1935) na Ilha do Diabo por assalto, livros de sucesso, identidades falsas, um assalto milionário e muitos negócios com garimpos de ouro, diamantes e metais preciosos. Além, é claro, da história de como os manuscritos dos livros Papillon e Banco, escritos por René Belbenoît na Vila Surumú, acabaram nas mãos de Charrière. Os dois primeiros livros de Belbenoît , Hell on trial e Dry guillotine, foram publicados nos EUA graças à amizade que ele construiu durante anos de correspondência, ainda na prisão, com a escritora americana Blair Niles. Os dois acertaram ainda que um dos fugitivos, de nome desconhecido, deveria seguir para os EUA e assumir a identidade de René Belbenoît, como medida de segurança para o grupo que ficou na América do Sul.
Esse falso René, que morreu em 1959 na Califórnia e teve o corpo cremado, acabou sendo vital para que a verdadeira identidade de Papillon fosse comprovada este ano no Brasil. Foi comparando fotos dos dois com a identidade de Belbenoît, tirada em 1973, que os peritos da Polícia Federal Paulo Quintiliano e Marcelo Ruback, depois de seis meses de trabalho em computador, chegaram à conclusão de que o verdadeiro René, o Papillon (apelido que ganhou na prisão ainda na década de 1920), é o que morreu e está enterrado no Brasil. “Usamos um programa de computador que desenvolvi em minha tese de doutorado e que permite a identificação precisa de pessoas através de imagens faciais”, diz o perito Paulo Quintiliano. “Isso mostra que eu tinha razão ao garantir que Papillon tinha vivido décadas e morrido em Roraima”, comemora o fotógrafo e escritor Platão Arantes, autor de dois livros sobre o caso

Labrador Retriever

Os primeiros Labradores eram geralmente cães da água que vieram dos Terra-nova, não dos Labradores. Essa raça não apenas não deu origem ao Labrador como também não foi chamada de Labrador Retriever no começo. Os Terra-nova do começo de 1800 tinham diferentes tamanhos, sendo o menor deles, “Lesser”, ou “Cão de Saint John”, a primeira encarnação do Labrador. Esses cães, pretos, de tamanho médio e pelo curto, não apenas buscavam caças, mas também peixes, puxando pequenos barcos de pesca nas águas geladas e ajudando os pescadores em todas as tarefas em que precisasse nadar. A raça acabou desaparecendo, em grande parte por causa dos pesados impostos sobre cães. Porém, um grupo de Labradores foi levado à Inglaterra no começo de 1800, e foi a partir desses cães, cruzados com outros retrievers, que a raça continuou. Foi também na Inglaterra que a raça ganhou reputação com um extraordinário buscador de caças de montanha. No começo, os criadores davam preferência aos Labs pretos, e sacrificavam os de cores amarela ou chocolate. No começo de 1900, as outras cores começaram a ser aceitas, embora não tanto quanto a cor preta. A raça foi reconhecia pelo English Kennel Club em 1903, e pelo AKC em 1917. Sua popularidade cresceu sem parar. Ele se tornou a raça mais popular da América em 1991 e continua sendo até hoje.

Pastor de Shetland

Os ancestrais do Pastor de Shetland foram os pastores da Escócia que também estão nas raízes do Collie e do Border Collie. Alguns desses cães eram bem pequenos, medindo cerca de 45 cm de altura. É quase certo que o Pastor de Shetland deriva desses primeiros cães do tipo Collie, que foram depois produzidos nas Ilhas Shetland. Alguns cães da ilha também podem ter tido um papel e mesmo o Cavalier King Charles Spaniel preto e castanho. A escassez de vegetação favorecia um gado menor e os cães necessários para pastoreá-los eram proporcionalmente menores. Em uma terra com poucas cercas, um pastor adaptado era essencial para manter o rebanho longe das terras cultivadas. Como todos os cães de fazenda, eles pastoreavam não apenas ovelhas, mas também pôneis e galinhas. Em algumas áreas distantes, era costume manter os animais em casa durante o inverno, e o amável cão pastor conquistou seu lugar como parte da família. Por causa desse isolamento do resto do mundo, a raça se definiu em um tempo relativamente curto. A frota naval britânica costumava frequentar as ilhas para manobras e levava filhotes para serem criados na Inglaterra. Os primeiros cães eram chamados de “toonie dogs” (“toon” era o termo usado em Shetland para “fazenda”), mas eles começaram a ser exibidos (por volta de 1906) como Shetland Collies. Os criadores de collies não aceitaram esse o nome, que foi mudado para Pastor de Shetland. A raça é muito mais chamada por seu apelido “Sheltie”. Nos primeiros anos na Inglaterra, criadores costumavam cruzar Shelties com Collies de pelo áspero na tentativa de melhorar suas características Collie. Essa prática gerou Shelties de tamanho acima da média e não voltou a ser feita. Acompanhando a imensa popularidade do Collie, o Sheltie se tornou o cão perfeito para famílias que procuravam um cão de estimação leal, marcante e de tamanho menor, e hoje é uma das raças mais populares do mundo.

Dobermann


 Poucas pessoas tiveram um impacto tão grande no mundo canino quanto Louis Dobermann, de Thuringen, Alemanha. Dobermann era um cobrador de impostos que precisava de um cão de guarda atento para acompanhá-lo em suas rondas de porta em porta. No fim do século de 1800, ele começou a criar um cão de guarda alerta e simples, provavelmente cruzando o velho Pastor Alemão e o Pinscher Alemão, e cruzamentos posteriores com o Manchester terrier preto e castanho, Greyhound e Weimaraner. Ele logo conseguiu o protótipo da raça que agora levaria seu nome. Os primeiros Dobermanns ainda tinham ossos pesados e cabeça arredondada. Novas produções foram selecionando um cão com a aparência da raça. A criação da raça aconteceu em um tempo impressionante. Em 1899 já estava formado o primeiro clube. A raça continuou a receber elogios, e o primeiro Dobermann chegou à América em 1908. A raça logo se agradou a Europa e a América como cão policial e cão de guarda, e mais tarde como cão de guerra. Seu talento nessas áreas trouxe ao Dobermann muitos admiradores, e ele logo se tornou um importante protetor da família. Sua silhueta bem desenhada e seu estado de alerta destemido colocaram o Dobermann no topo como um cão de exposição. Com o aumento de sua fama, muitas famílias começaram a gostar da raça como animal de estimação, e o Dobermann acabou se tornando a segunda raça mais popular da América em 1977. Na mesma época, surgiu um novo desafio para a raça: o surgimento do Doberman Branco albino. No esforço de reduzir o risco de reprodução desses cães, o Dobermann Pinscher Club of America convenceu o AKC a marcar os números de registro dos cachorros que carregavam o gene albino com a letra Z.

Golden Retriever

Um dos esforços mais casuais e melhor documentados para produzir uma raça deu origem ao Golden Retriever. O homem responsável pela raça foi Lord Tweedmouth, que viveu ao norte da fronteira da Escócia na região do Rio Tweed. Com o aumento do interesse por cães de busca em meados de 1800, era necessário um cachorro que conseguisse avançar em uma vegetação densa, enfrentar águas frias, nadar e fazer o resgate com cuidado. Lord Tweedmouth cruzou o Nous, um Retriever de pelo ondulado e amarelado (descendente do pequeno Terra-nova e das primeiras raças de Labrador, usado por pescadores) com Belle, uma Tweed Water Spaniel (uma retriever de cor amarelo-escuro com pelo muito crespo). Eles geraram quatro filhotes, que prometiam ser excelentes cães para buscar aves em regiões altas. Foram feitos outros cruzamentos cuidadosos com retrievers pretos, Tweed Spaniels, setters e até um Bloodhound. No começo consideraram a raça como sendo uma variedade em tom amarelo (dourado) dos retrievers de pelo liso, mas depois a raça foi reconhecida como Golden Retriever em 1912. Alguns desses cães chegaram à América com os filhos de Lord Tweedmouth em 1900, mas o AKC só os registrou como raças separadas em 1927. A raça foi valorizada por suas habilidades de caça, produzidas pela cuidadosa mistura de seu material original. Só bem mais tarde se tornou popular com animal de estimação, cão de exposição e um competidor em obediência. Após essa transição, o crescimento da raça foi meteórico, e ela continua sendo uma das mais populares da América

Pastor Alemão


Apesar de sua aparência lembrar um lobo, o Pastor Alemão é uma raça criada bem recentemente e, contrariando a crença popular, ele é tão próximo do lobo quanto qualquer outra raça de cachorro. A raça é produto de um esforço consciente para gerar o pastor perfeito, capaz de pastorear e proteger seu rebanho. Talvez nenhuma outra raça tenha envolvido tantos esforços para aprimorar um cão, especialmente graças à criação em 1899 da Verein fur Deutsche Scharferhunde SV, uma organização dedicada a fiscalizar a criação do Pastor Alemão. Os criadores tentavam desenvolver não apenas um cão de pastoreio, mas que também se destacasse em trabalhos que exigissem coragem, atletismo e inteligência. Em pouco tempo, o Pastor Alemão provou ser um cão policial mais do que competente, e a criação seguinte aperfeiçoou habilidades de um companheiro e cão de guarda inteligente e corajoso. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele foi a opção mais óbvia como sentinela de guerra. Na mesma época, o AKC mudou seu nome de Pastor Alemão para Cão Pastor, enquanto os britânicos alteraram para Lobo da Alsácia, em ambos os casos a intenção era apagar a associação com suas raízes alemãs. Lobo da Alsácia foi depois abandonado, pois o nome fez as pessoas terem medo da raça. Em 1931, o AKC restaurou o nome da raça para Pastor Alemão. O maior boom na popularidade do pastor aconteceu por meio de dois cães, ambos astros do cinema: Strongheart e Rin Tin Tin. O Pastor Alemão foi o número um em popularidade na América por muitos anos. Apesar de hoje em dia ele ter caído da primeira posição, o Pastor Alemão continua sendo um dos cães mais versáteis já criados, servindo como cão policial, cão de guerra, cão guia, cão de busca e salvamento, detector de drogas e explosivos, cão de exposição, cão de guarda, animal de estimação e até pastor.
 

poodle

Apesar do Poodle ser geralmente associado à França, seus ancestrais foram provavelmente os cães de pelo enrolado da Ásia que ajudavam no pastoreio e que depois seguiram por muitas rotas por várias partes da Europa. Entre seus ancestrais estão também muitos cães da água de pelo áspero. Talvez o Poodle mais antigo seja o Barbet, um cão de pelo enrolado que se espalhou pela França, Rússia, Hungria e outros lugares. Mas foi a sua versão alemã que exerceu maior influência nos Poodles modernos. Na verdade, a palavra “poodle” vem do alemão “pfudel”, que quer dizer “poça de água”, ou “espalhar águas”, refletindo suas habilidades na água. Na França, ele era chamado de Caniche ou “cão canário”, em referência às suas habilidades como caçador de patos. Assim, com suas raízes pastoras e aquáticas, o Poodle se tornou um talentoso companheiro para caça de animais da água. O Poodle também foi recrutado como cão militar, cão-guia, cão de guarda, puxador de carroças para artistas e acabou virando atração de circo. Seu pelo era podado rente para facilitar o nado, mas deixado um pouco mais longo no pescoço para aquecê-lo em águas frias. Embora algumas pessoas pensem que os tufos de pelo ao redor das pernas e da cauda serviam de proteção durante as caçadas, as evidências indicam que esse corte tem um sentido decorativo, que vem dos seus tempos de artista. O Poodle fez sucesso como um elegante acompanhante de senhoras sofisticadas. Também se tornou o queridinho da aristocracia francesa e acabou virando o cachorro símbolo da França. Seu corte característico foi ressaltado, e foram feitos esforços bem-sucedidos para aperfeiçoar os espécimes menores. Os Poodles entraram para o mundo das exibições no final dos anos de 1800. Alguns dos primeiros Poodles de exposição se apresentavam com pelos trançados, embaraçados, formando longas tranças, ao invés de escovados. Embora atraente, a manutenção desse pelo era difícil e a moda passou em 1900, sendo substituída pelo estilo bufante, ainda em moda. Na mesma época, a popularidade do Poodle na América caiu, e na década de 20 os Poodles tinham quase desaparecido da América do Norte. Nos anos 30, a raça voltou pra valer e se tornou um dos cães mais populares de todos os tempos.
 

Border Collie

O Border Collie é o resultado de mais de um século de criação para a função de pastor de ovelhas. Nos anos de 1800, existia uma variedade de cães pastores de ovelhas na Grã-Bretanha. Alguns eram cães de resgate, com uma tendência inata para cercar o rebanho e trazê-lo de volta para o pastor. A maioria dos cães era barulhenta, que costumavam mordiscar e latir durante o trabalho. O orgulho pela superioridade de certos cães era normal. Em 1873, aconteceu o primeiro campeonato de cães pastores de ovelhas a fim de resolver algumas dessas questões. Esse concurso iria levar indiretamente aos primeiros collies, a partir de um cachorro chamado Hemp, que se destacou tanto que gerou um grande número de descendentes. Ele conduzia o rebanho não com latidos e mordidas, mas parando tranquilamente em frente à ovelha, e a intimidando. Hemp é considerado o pai do Border Collie. Em 1906, o primeiro padrão foi estabelecido, mas ao contrário dos padrões físicos da maioria das raças, esse se baseava em habilidades para o trabalho, sem relação com a aparência física. Essa tem sido a referência que padronizou a raça desde então. Na verdade, os cães eram chamados simplesmente de Sheepdogs (pastores de ovelhas). Apenas em 1915 foi registrado o nome Border Collie, uma referência à sua origem nas fronteiras inglesas e escocesas. O Border Collie chegou à América e imediatamente encantou os criadores de ovelhas com seu trabalho rápido e sua capacidade de obediência. Na verdade, essa última qualidade abriu as portas para a raça como uma das mais competitivas em campeonatos de obediência. Depois de trabalhar muito para ganhar fama como uma das raças mais inteligentes, e não por valores estéticos, muitos criadores de Border Collie lutaram por seu reconhecimento pelo AKC como um cão de exposição. Em 1995, o AKC reconheceu a raça e ela entrou para o círculo das exposições.